sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

Poema Enjoadinho


Filhos... Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como os queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filhos? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são!

Vinícius de Moraes

Sim, o adágio proferido por todos os pais em algum dia de suas vidas é na realidade uma parte desse poema. Especulações a parte, fico pensando se será de fato real aquele outro quase-provérbio, sempre ouvido pelos filhos bem mais que alguma vez na vida: "quando você foi mãe/pai irá me entender...". Exatamente, especulações. É bem provável que a maternidade/paternidade mude nossos conceitos e revire nossas vidas...

7 comentários:

Anônimo disse...

Vou dizer uma coisa.. se tiver um filho um dia vai ser adotado..acho injusto colocar + crianças no mundo^o).
Meu pai vive metendo pau em 'filhos' d uma maneira geral..faz d propósito pq sabe q me 'chateia'..rsrs..mas acho q tds precisam sentir como é ser responsável por alguém.....sei lá..amar alguém + q a própria vida... deve ser bom^^.. daqui uns 50 anos quem sabe..:P

Asgardiano disse...

posso até aprecer piegas, mas eu quero ser pai. muito ;]

Gabriel disse...

Não tenho dúvidas de que os filhos mudam maneira de ver o mundo. Mas, de qualquer forma, a medida que os aniversários vão passando, percebo mesmo que com a idade as coisas já mudam muito, mesmo que a gente não perceba.

Paulo Gurgel disse...

Realmente, Gabriel!
As coisas já mudam muito somente com a idade. Paternidade ou maternidade, no entanto, enfocariam um novo rol de mudanças atinentes aos papéis.
Um manual mais completo do que ter 22 anos por exemplo. Mudanças no entanto. Não deixam de ser!!

Tô escutando Johnny Cash. O cara era muito bom. Fala sério! E, sim, tô escutando por causa do filme! Ao menos, ofereceu-me uma oportunidade de querer conhecer a obra. ;]

Anônimo disse...

Que dizer? O tempo mesmo se encarregará disto. Um dia proferiremos o que antes nos foi proferido, não porque são absoluta verdade, mas porque consistem em tudo que aprendemos. Mas de pouco em pouco algo novo sai disto tudo. Tomara mesmo.
E filhos? Agora não, mas quem sabe um dia. Porque não passar nossa ignorância orgulhosa e arrogante adiante? Faz parte do ciclo da vida, instinto animal, maternal, paternal... Que maneira melhor de entender que não se deve fazer caridade? A filhos não fazemos caridade, simplesmente ajudamos. Porque com outros deveria ser diferente?

Ah bem, livros devem ser saboreados. Porém já entendo porque me deste este livro.
Muito bom, fiquei a pensar. Verás...

Os Machistas disse...

Ejaculações, ops, especulações a parte, que venham os danadinhos :D

Paulo Gurgel disse...

hahahahahah!!!
O negócio é bom por aí mesmo!!