quarta-feira, 12 de abril de 2006

Fugindo da costumeira verborragia!

Ces't la vie.

Faceiro e lúdico, era como esta criança serelepe se sentia em relação ao fato de não ter cometido nenhum impropério com seu recém-adquirido ornamento na orelha. "Cuidado na hora de tirar a camisa", advertiu-me uma brilhante companheira de aventuras. "A hora de passar o xampu é a pior", advertiu outro sábio. Sentia-me dono da situação, sem dor e sem acidentes. Eis que surge um

O relato:

Recolhi-me ao meu leito um pouco mais tarde que o de costume. Tomei as precauções necessárias para não encostar o transversal contra o travesseiro. No entanto, essa sazonalidade brasiliense trouxe consigo alguns dos bichinhos mais enervantes do planeta, os pernilongos. Astuciosamente, usei as cobertas para me proteger de suas intrépidas picadas. Contudo, os desgraçados começaram a empreender vôos rasantes por cima da minha desprotegida, e já perfurada, orelha. Eu, na minha tentativa de dormir, ouvia aquele enlouquecedor zum zum perto dos meus ouvidos. Não tive dúvidas. "Pegarei o bostengo na próxima", pensei.

Quando ouvi o barulho novamente, não pensei e agi: dei uma mãozada na minha orelha. Pense numa sessão bem caprichosa de maledicências, palavrões e correlatos que se seguiu. Acho que acordei os vizinhos.

Então, mesmo cauteloso, acabei na frente do espelho, em plena madrugada, fazendo higiene do local e avaliando danos. E o pior? Nem sei se matei a vadia. "Mas é um pernilongo", poderiam pensar. Não importa. Vadia é o melhor xingamento do mundo.