domingo, 5 de fevereiro de 2006

Socializados como reprodutores!

Boa parte da educação de uma criança , no Brasil, é baseada na idéia de reproduzir. Reproduzir exercícios, pensamentos e contas.

Foda mesmo é lidar com essa situação ao escolher, com 17 anos, qual será o curso superior ou o que se quer fazer posteriormente à graduação!

Respostas? Já estão aí. É só reproduzir. E a sociedade não se cansa de exemplificar.

Não sabe o que fazer da vida? Concurso público. Estamos falando de Brasília, oras. Religião oficial e com cultos quase todo final de semana. É a saída mais prática, confortável e feliz. Afinal, concurso público traz estabilidade, né? Principalmente emocional. E quando a profissão não tem está minimamente ligada com o que se gosta de fazer? Hm. Mais gostosinho ainda!! Chega de se esforçar, o negócio é ser analista de algum órgão público.

Não tem nem o que pensar. O caminho já está trilhado e esperando mais aventureiros. Mas, em algum momento, esqueceram de avisar que a reprodução constante pode gerar uma crise de significados. Especialmente, quando há vazios na mudança de estágios de vida. Bom, acho que os cursinhos estão aí para isso. Conferir parâmetro para quem não tem. Afinal, a manutenção da rotina de aulas é produtividade, não?

Chegamos ao cúmulo de ter a ocupação mais interessante no circo social: estudante de concurso.
Surgiu uma oportunidade, mas o salário é mais ou menos? O que fazer? Ah, melhor recusar. Bom mesmo é estudar para concurso!

Em uma roda de conversa, a resposta mais interessante, que não gera tanta crise de não produtibilidade, é àquela na qual a pessoa se identifica como estudante de concurso. "Tá fazendo o quê", indagam. "Estudando para concurso", retrucam. Brasil, onde estudante de concurso tem status ocupacional. Deviam pleitear seguro de saúde!

E o mundo volta a ficar nos seus eixos!!